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Última chama - poema do livreto "Afeto Cura"


Perdura a palavra,

Inunda,

Dura é a lembrança da raiva,

Enxurrada canina, seca,

Você feliz na linha do rol,

Fresta de luz fraca brilhando a testa

e o sorriso de canto ameaçando o adeus.


A palavra é o fogo ardente,

Transforma afeto em pó,

Eu me queimo nua,

Ainda tão sua que me desmonto só.


E o velho enredo se repete,

Depois da loucura, a lucidez máscula,

Água fresca pinga na terra que já secou.


Você permanece com a palavra branda,

Diz que a raiva é imunda,

que amarra e afunda quem dela viver,

E mais uma vez Tim toca fundo,

Só que agora saio 

sem rumo para renascer.


Flor, Priscila



Texto protegido por lei. Jamais reproduza sem nomear a autora e o seu livro!

 
 
 

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