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Se a noite calar - poema do livro "Tentativas de Leveza"


Se a noite calar o vento

e no breu multiplicar o medo

e no frio emoldurar a sombra,

ainda haverá esperança?

 

Se a noite calar a chuva

que já assustou os distraídos

e já ensopou os desprevenidos,

ainda haverá uma recaída?

 

Mesmo em noites sem graça em que vemos os vidros molhados refletirem as luzes da cidade

e a escuridão dos abandonados,

Faço uma prece sem ordem e paixão,

Deito-me em silêncio,

Abraço a solidão.

 

Se a noite calar a voz insana que se contradiz,

Que hoje declamou suave

e ontem grunhiu escarrada,

Que brinca de montanha-russa

e desconhece a pausa,

E borda no fio de ar que resta

o seu nome de seis letras,

Serei eu a pessoa mais aliviada do mundo?!


Flor, Priscila

Poema do livro "Tentativas de Leveza" disponível na lojinha do site.

Texto protegido por lei. Jamais reproduza sem nomear a autora e o seu livro!

 
 
 

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